domingo, 19 de setembro de 2010

Ouroboros



Perenidade

Vida que vai levando
sangrando os minutos
trançando os segundos

Filhos do tempo,
passado e sem futuro
súditos do presente
vão e vil Ouroboros

onde sera o fim da estrada,
e o começo do caminho?
é longa a jornada
quando se caminha sozinho

a vista fica turva
na procura do horizonte
o sol que nasce ao longe
esquenta a pedra, o chão em brasa

vento fresco vai
brisa morna fica
as pernas bambas clamam trégua
os pés firmes calçam terra

e continua-se no destino

lua chega pra alumia
folha úmida traz a chuva
pro rosto rachado chora
chora chuva no meu rosto

limpa a alma das vontades
salva a carne dos bezouros
das mutucas e pernilongos
das mariposas e percevejos
das fagulhas e dos espinhos

vida que vai levando
sangrando os minutos
trançando os segundos

filhos do tempo,
passado e sem futuro
súditos do presente
vão e vil Ouroboros..

Edimar Henrique Sella