sábado, 6 de fevereiro de 2010

Love is Everywhere!



Ouvi essa música no começo do filme "all about Steve" o qual já mereceu um post aqui nesse humilde blog.

Deliciem-se com música e letra.

:)

Aflição Vazia.



Há tempos quis publicar esse texto no blog. Foi em função de um amigo. Deveria tê-lo feito, pois pode ser que ele tenha precisado ler isso. Mas nunca é tarde.

Aflição Vazia
Emmanuel

Ante as dificuldades do cotidiano, exerçamos a paciência, não apenas em auxílio aos outros, mas igualmente a favor de nós mesmos.
Desejamos referir-nos, sobretudo, ao sofrimento inútil da tensão mental que nos inclina à enfermidade e nos aniquila valiosas oportunidades de serviço.
No passado e no presente, instrutores do espírito e médicos do corpo combatem a ansiedade como sendo um dos piores corrosivos da alma.
De nossa parte, é justo colaboremos com eles, a benefício próprio, imunizando-nos contra essa nuvem da imaginação que nos atormenta sem proveito, ameaçando-nos a organização emotiva.
Aceitemos a hora difícil com a paz do aluno honesto, que deu o melhor de si, no estudo da lição, de modo a comparecer diante da prova, evidenciando consciência tranquila.
Se nosso caminho tem as marcas do dever cumprido, a inquietação nos visita a casa íntima na condição do malfeitor decidido a subvertê-la ou dilapidá-la; e assim como é forçoso defender a atmosfera do lar de nossos pensamentos, assegurando-lhes a serenidade necessária...
Tensão à face de possíveis acontecimentos lamentáveis é facilitar-lhes a eclosão, de vem que a idéia voltada para o mal é contribuição para que o mal aconteça; e tensão à frente de sucessos menos felizes é dificultar a ação regenerativa do bem, necessário ao reajuste das energias que desastres ou erros hajam desperdiçado.
Analisemos desapaixonadamente os prejuízos que as nossas preocupações injustificáveis causam aos outros e a nós mesmos, e evitemos semelhante desgaste empregando em trabalho nobilitante os minutos ou as horas que, muita vez, inadvertidamente, reservamos à aflição vazia.
Lembremo-nos de que as Leis Divinas, através dos processos de ação visível e invisível da natureza, a todos nos tratam em bases de equilíbrio, entregando-nos a elas, entre as necessidades do aperfeiçoamento e os desafios do progresso, com a lógica de quem sabe que tensão não substitui esforço construtivo, ante os problemas naturais do caminho. E façamos isso, não apenas por amor aos que nos cercam, mas também a fim de proteger-nos contra a hora da ansiedade que nasce e cresce de nossa invigilância para asfixiar-nos a alma ou arrasar-nos o tempo sem qualquer razão de ser.


Texto colhido na Casa André Luiz. Aliás, tenho que lá voltar. Pois faz tempo que não renovo meus ensinamentos aprendidos lá.

Perfumados lírios, rosas não são.



Profundamente decepcionado.

Já sabia do bolo.
Não era meu aniversário.
Previsível, o era.
Aceitavel, nem tanto.

De que adianta saber prever.
Não se sabe superar, o frustrado.
Òh piedade, por que me faltas?
Dores tenho de sobra.

Engano-me no primeiro encontro.
Enfadonho-me no segundo.
Estou só. Novamente só.

Primeiro deslumbrado, encantado.
Segundo compreensivo, apreensivo.
e no terceiro, um bolo, mas não de aniversário.

Resta engolí-lo, deglutí-lo.
Mas por que previsível,
insensível estou.

A entrega foi feita sem dó.

(Pergunta)- Tem certeza que não me queres?
(Pergunta)- Tem certeza de nossa amizade?
(Resposta)- Tem certeza de vossos princípios?

Não quero aqueles, pederastas que são.
Não quero aquelas, prostitutas...não são?
Repudio esses, são muito gordos.
Abraço outros, tamanduá que sou.

Porque da distinção?
Que erro cometeram os diferentes?
Os perdidos? Os bandidos? Os amantes, os discrentes, os carentes?!

Olhai os lírios do campo,
são lírios, não são rosas.
Não os colhei antes do tempo,
nem os tomai por margaridas, os lírios do campo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Disney

Sem dúvida, dos desenhos da Disney que eu assisti, a Bela e a Fera é o que eu gosto mais.

Bela não nasceu princesa. No desenho, era filha de um inventor, e mercador (de suas invenções) portanto, uma burguesa. A Fera era de origem nobre, com características próprias da nobreza. Rancorosa, arrogante, prepotente, insensível... Por isso foi enfeitiçado, segundo a versão da Disney, por uma mendiga, que, diante da negativa de abrigo no castelo, se revelou uma bruxa, capaz de condenar a Fera a pagar por seus atos impensados e cruéis.

Eu particularmente gosto desse desenho por ser a Fera quem é a personagem mais fraca. Apesar de morar num castelo, com serviçais à sua disposição, ricas tapeçarias e armaduras, a Fera é um ser frágil sob a condição de um encanto que lhe subjugou. Ela está à mercê do acaso, do improvável e quase impossível: modificar-se para se conquistar o amor verdadeiro de alguém.

A Fera representa a feiura, mas nesse desenho também representa características masculinas valorizadas numa sociedade, que se modificou. A força bruta já não é capaz de cativar uma pessoa estudada e esclarecida. A burguesia veio valorizar e disseminar o conhecimento, através da leitura acessível e o financiamento de invenções.

Outra característica que o difere dos outros contos da Disney, é o fato de ser a personagem feminina a personagem libertadora. É a personagem masculina que se encontra aprisionada, necessitando da donzela que a liberte. Há uma inversão de papeis, que somente pode ser garantida pela característica ativa da Bela, sempre questionadora, inteligente, decidida, parte em busca de uma vida melhor, dos seus sonhos. Não se contenta com uma vida no interior.

Há também um evidente deslumbramento que pode ser constatado quando se apresenta um personagem burguês e outro nobre. A burguesia na História, admirava a fartura e a riqueza (fácil) da nobreza. Enquanto o burguês se sustentava pelo seu próprio negócio (o que exigia trabalho), e enriquecia por meio dele, o nobre ja nascia rico por determinação real. Era como uma dádiva celestial, pois advinha de um desejo e decreto d'um rei, 'eleito' por Deus (que era representado pela Igreja).

Os burgueses se rebelam contra a Fera no desenho. Partem numa revolta contra o castelo. Mas a Fera ja está mudada, já não merece ser degolada, decapitada, queimada ou sofrer outro tipo de penalidade. A revolta dos camponeses e burgueses é impulsionada por Gaston, que o que não tinha de inteligencia, tinha de esperteza e astúcia. Mais uma vez é o bem contra o mau.

E finalmente, após a completa transformação da Fera num lindo príncipe, desta vez desencantado, a plebéia Bela se torna nobre. Casam-se Fera e Bela, simbolizando a ascenção tão cobiçada pela burguesia aos padrões da nobreza.

Veja o filme:



ps: na verdade eu só estava procurando uma música instrumental, mas acabei escrevendo um post..

Hugs!