sábado, 30 de outubro de 2010

Tentativa.



Re-vide. Re-vida. Re-viva!

Olha, é a vida passando
velha e juvenil.
Vistosas em setembro
são as flores
no desabrochar da primavera.

O Sol irradia ternura
seus raios não queimam mais.
Pulam tal criança à amarelinha
tal qual notas pontuadas,
saltitantes, staccatas.

Gotas de orvalho,
diamantes húmidos.
Aurora quero sentir;
perfumes de jasmim
quero degustar

ao som do piano Jobim,
dedicado à Régia flor de lis,
a vida passa tal que nem sinto.
Quando será que começa?
Será que termina?

Quem sabe, me diga.
O que será a morte, senão a vida?
Para toda função,
uma inversa existe.

Para toda construção,
a demolição persiste.
Para todo sim,
um não teimoso, revide!

Edimar Henrique Sella

Ps: pra quem não notou a folha (seca) tem alma de passarinho.

Musica:

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Você passa? Eu acho graça.

Quem diz que certas coisas acontecem somente em novela?

Ja imaginou ser deixada no altar? O que vc faria naquele momento é o de menos importante a se pensar.

Resta mesmo saber o que fazer logo depois. Beber? Tramar minuciosamente a morte do noivo? Os dois?

Bem, dizem que a gente somente sabe um sentimento quando passa a senti-lo. Cruzes! Ta amarrado 3 veis.

Eu ja me vinguei de uns certos alguéns enviando músicas. É uma forma "polite" de mostrar sua insatisfação. Nada de grosserias, e nada de engulir sentimentos. Agora se nada mais der certo, compra logo uma metralhadora, atraia o dito cujo prum beco e não perca / faça a oportunidade.



Quis você pra meu amor
E você não entendeu
Quis fazer você a flor
De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura
Que havia dentro de mim
Você foi a criatura que me fez tão triste assim

(Refrão)
Ah, e agora você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor

Tanta volta o mundo dá
Nesse mundo eu já rodei
Voltei ao mesmo lugar
Onde um dia eu encontrei
Minha musa, minha lira, minha doce inspiração
Seu amor foi a mentira
Que quebrou meu violão

(Refrão)

Seu jogo é carta marcada
Me enganei, não sei porquê
Sem saber que eu era nada
Fiz meu tudo de você
Pra você fui aventura
Você foi minha ilusão
Nosso amor foi uma jura
Que morreu sem oração

(Refrão)

PS: Abraços solidários aos desenganados.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A História da Sra. H.



No livro ASSIM SE CONCRETIZA O AMOR o autor (Masaharu Taniguchi) cita
um caso verídico que ilustra a diferença entre o amor carnal e o amor
búdico:

"O fato ocorreu quando eu ainda residia em Kansai. Havia nessa região
um preletor da Seicho-No-Ie de nome Shigezo Terada, que tinha uma
grande capacidade doutrinária. Nessa época, morava na cidade de Osaka
uma senhora muito rica. Como não me lembro agora do nome dela, vou
tratá-la de sra. H. A sra. H tinha câncer no estômago, e o tumor já
tinha o tamanho de uma mão fechada, sendo possível senti-lo ao apalpar
a região estomacal. Segundo os médicos, a doença atingira um estado
muito avançado e não era possível extirpar o tumor por meio de
cirurgia. Ou seja, a sra. Ha se encontrava em estado terminal.

Desesperada, resolveu recorrer a Deus e enviou um mensageiro à Academia
Yotsubashi da Seicho-No-Ie, em Osaka, com o pedido para que lhe fosse
dada orientação espiritual.

O preletor Shigezo Terada, que na ocasião tinha como base de sua
atividade doutrinária a Academia Yotsubashi, atendeu à solicitação e
foi visitar a sra. H.

Recebido por ela, o preletor disse-lhe:
- A Seicho-No-Ie ensina que o corpo carnal é reflexo da mente. Esse
tumor que se formou no seu estômago é concretização do "caroço" de
rancor e ressentimento insuportáveis que a senhora guarda dentro de si.
Para que o tumor seja curado, a senhora precisa perdoar à pessoa por
quem guarda esse rancor. Na Bíblia, está escrito que, quando um
discípulo perguntou: "Até quantas vezes poderá pecar meu irmão contra
mim, que eu lhe perdoe? Até setenta vezes?", Jesus Cristo respondeu:
"Não te digo que até setenta vezes, mas até setenta vezes sete". A
senhora também deve perdoar setenta vezes sete à pessoa por quem guarda
esse rancor. Deve perdoar totalmente, de todo o coração.

Como lhe disse, o corpo carnal é reflexo da mente; por isso, enquanto a
senhora não perdoar a essa pessoa e mantiver na mente esse "caroço" de
rancor e ressentimento, o tumor manifestado no corpo não desaparecerá.
Assim, a senhora acabará sendo aniquilada por esse "caroço" de rancor,
ou seja, pelo próprio ódio. Mas, afinal, quem a senhora odeia tanto?

A senhora H respondeu:(...)"

E no proximo post a história continua.

domingo, 3 de outubro de 2010

A Cura pelo Amor (búdico)

Referindo-se ao estado espiritual de Sakyamuni no momento em que alcançou a iluminação, a Sutra Agon (Agongyö) diz: "Libertou-se de todos os amores". Nessa frase, a expressão "todos os amores" indica todas as formas de apego, ou seja, paixões mundanas. Já que coloquei neste livro o título ASSIM SE CONCRETIZA O AMOR, cabe-me esclarecer que existe uma grande diferença, quanto ao significado, entre a palavra "amor" usada na linguagem atual e a mesma palavra empregada na doutrina budista transmitida pela Sutra Agon. Na linguagem atual, a palavra "amor" expressa a grande virtude do ser humano, que deve ser aperfeiçoada com esforço e diligência. No tempo em que foi escrita a Sutra Agon, "amor" significava paixões mundanas que deviam ser eliminadas.

Na Sutra Kanmuryöju (Kanmuryöjukyö), o "amor" na mesma acepção da linguagem moderna (como usamos na frase "Deus é amor") é expresso com o termo "sentimento búdico", que aparece em frases como: "O sentimento búdico consiste de shimuryöshin (quatro virtudes fundamentais)".

Shimuryöshin é o conjunto de quatro sentimentos sinceros: a misericórdia, a compaixão, o júbilo e o desprendimento. A misericórdia é o sentimento de fazer caridade aos que sofrem e minorar-lhes o sofrimento; a compaixão é o sentimento de se compadecer do sofrimento dos outros e procurar consolá-los.

A palavra "amor" que usei no título deste livro (ASSIM SE CONCRETIZA O AMOR) corresponde ao sentimento búdico que existe em cada um de nós. Para manifestar concretamente o amor, é necessário conhecer a sua essência. O amor verdadeiro não é um mero sentimentalismo expresso em sussurros como "Eu te amo, meu bem", mas sim um sublime sentimento búdico, que é o conjunto dos quatro sentimentos sinceros mencionados. Mas não basta compreender o amor verdadeiro no nível de idéia, ou seja, de maneira abstrata. É imprescindível expressá-lo em atos concretos. Conhecer a essência do amor verdadeiro e manifestá-la na vida prática - esse é o significado de "concretizar o amor". Masaharu Taniguchi em ASSIM SE CONCRETIZA O AMOR. Ed Seicho-no-ie.