domingo, 3 de outubro de 2010

A Cura pelo Amor (búdico)

Referindo-se ao estado espiritual de Sakyamuni no momento em que alcançou a iluminação, a Sutra Agon (Agongyö) diz: "Libertou-se de todos os amores". Nessa frase, a expressão "todos os amores" indica todas as formas de apego, ou seja, paixões mundanas. Já que coloquei neste livro o título ASSIM SE CONCRETIZA O AMOR, cabe-me esclarecer que existe uma grande diferença, quanto ao significado, entre a palavra "amor" usada na linguagem atual e a mesma palavra empregada na doutrina budista transmitida pela Sutra Agon. Na linguagem atual, a palavra "amor" expressa a grande virtude do ser humano, que deve ser aperfeiçoada com esforço e diligência. No tempo em que foi escrita a Sutra Agon, "amor" significava paixões mundanas que deviam ser eliminadas.

Na Sutra Kanmuryöju (Kanmuryöjukyö), o "amor" na mesma acepção da linguagem moderna (como usamos na frase "Deus é amor") é expresso com o termo "sentimento búdico", que aparece em frases como: "O sentimento búdico consiste de shimuryöshin (quatro virtudes fundamentais)".

Shimuryöshin é o conjunto de quatro sentimentos sinceros: a misericórdia, a compaixão, o júbilo e o desprendimento. A misericórdia é o sentimento de fazer caridade aos que sofrem e minorar-lhes o sofrimento; a compaixão é o sentimento de se compadecer do sofrimento dos outros e procurar consolá-los.

A palavra "amor" que usei no título deste livro (ASSIM SE CONCRETIZA O AMOR) corresponde ao sentimento búdico que existe em cada um de nós. Para manifestar concretamente o amor, é necessário conhecer a sua essência. O amor verdadeiro não é um mero sentimentalismo expresso em sussurros como "Eu te amo, meu bem", mas sim um sublime sentimento búdico, que é o conjunto dos quatro sentimentos sinceros mencionados. Mas não basta compreender o amor verdadeiro no nível de idéia, ou seja, de maneira abstrata. É imprescindível expressá-lo em atos concretos. Conhecer a essência do amor verdadeiro e manifestá-la na vida prática - esse é o significado de "concretizar o amor". Masaharu Taniguchi em ASSIM SE CONCRETIZA O AMOR. Ed Seicho-no-ie.


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