terça-feira, 30 de novembro de 2010

TZONG KWAN - Sabedoria





O Bodhisattva, Ideal do Ser Humano Perfeito do Mahayana

...Bodhisattva é o ser humano que aspira à iluminação (bodhi), que aspira a se um Buda (Budha), isto é, aquele que despertou para a verdade, um iluminado. A iluminação trará consigo a superação do sofrimento, do fim das reencarnações - meta constante de todo o Budismo.

Os pressupostos são os mesmos para o Budismo Mahayana, para o Budismo Primitivo e para o Budismo Hinayana. Para o Mahayana o ser humano é também um ser nascido para o sofrimento e para a dor; pôr fim ao sofrimento e romper a cadeia dos renascimentos deve ser a meta final de todo o esforço humano.

O caminho que leva à Libertação é um caminho árduo e difícil, e sobretudo extremamente longo, que exige para ser percorrido milhões e milhões de anos, milhões e milhões de renascimentos. Neles o Bodhisattva reúne infinitos méritos, realizando ações boas, praticando as virtudes preconizadas pela moral budista; faz suas as doutrinas de Buda, assimilando-as, convertendo-as na essência de seu ser; presta homenagem a infinitos Budas, recebe deles seus Ensinamentos e imita seu exemplo.

Dois elementos caracterizam o Bodhisattva: o Conhecimento e a Compaixão. Graças ao Conhecimento terá a profunda convicção de que a Vacuidade, a insubstancialidade, a relatividade, a contingência é a natureza verdadeira de tudo o que existe, a convicção de que tudo é irreal por ser vazio e insubstancial, uma enganosa criação da nossa mente submersa no erro. Graças à Compaixão estará sempre disposto a ajudar os seres de todas as formas, a aliviar seu sofrimento, a consolá-los em suas desditas, a oferecer-lhes a paz e a felicidade ainda que à custa de si mesmo; e sobretudo se esforçará, o quanto suas forças permitirem, em conduzir todos os seres humanos para a Iluminação para a qual eles mesmos se dirigem.

Para tanto transmitirá aos demais a Palavra do Mestre, incitará a todos em seu esforço para a suprema meta, sustentará a todos quando suas forças fraquejarem.

O Bodhisattva busca seu próprio bem, mas busca ao mesmo tempo o bem alheio. Não pode separar um do outro. O Bodhisattva inicia sua carreira com o duplo voto de procurar seu bem e o bem dos outros.

E, para conseguir o bem dos outros, o Bodhisattva fará o sacrifício supremo de retardar seu ingresso no Nirvana enquanto os outros seres não tiverem chegado como ele à iluminação imaculada e excelsa, que põe fim ao sofrimento e corta a série dos renascimentos.




FONTE: Revista Bimestral do Templo Tzong Kwan - Maio de 2010. Volume 51.

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