quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ao embalo de Adriana


E fez-se neve no verão.
Abril demora-se a chegar
para juntar o sentimento à estação.

Vagueio tal qual perdido,
em meio à chuva que cai
e molha meus olhos já úmidos.

A tristeza é a felicidade que não volta;
os momentos passados a dois,
as maos juntas, agora separadas.

Cadê os abraços, partidos?
Foste para longe e esqueceste de levar
o amor por mim guardado a ti.

O tempo não voa, não escorre,
simplesmente desaparece
se esvanece, esfuma as pessoas consigo.

Torna o real em mera impressão.
Torna vago e incerto o direito e concreto.
E o futuro chega, de repente, atropela, o caminhão.

Só a poesia me consola.
Com ela falo à minh'alma
e escuto a musica em forma de choro do coração.

O sentimento fere, sim.
Mas esqueceria todo orgulho,
em troca do seu colo-conforto.

Edimar Henrique Sella

Obs: Poesia ao embalo de Inverno, de Calcanhotto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por mais que tenhas sofrido com a dor de algo que te escapou das mãos, você conseguiu muito bem aproveitar isso e escrever um poema de encher os olhos e os corações. Tire disso, a força e a coragem que você precisa para começar tudo de novo. Você vai achar! É só pensar que já é seu.

p.s: e continue escrevendo. Você é bom!